Organização

A questão sobre como o Cibermuseu vai ser organizado está em aberto. Ocorre que nos outros itens nós apresentamos algumas discussões próprias do campo da museologia e as motivações que nos levaram a criar essa proposta de museu das culturas digitais. A forma de organização, porém, deverá ser discutida com um coletivo engajado na causa. Vamos nos limitar a colocar algumas questões mais prementes:

  1. Personalidade jurídica: esse é um ponto crucial. Personalidade jurídica garante uma facilidade para a captação de recursos em leis de incentivo e editais, bem como maior transparência para o público, uma vez que há a necessidade de estabelecimento de estatuto contendo sua razão de ser, finalidades etc. A questão é: o museu pode ser acolhido por uma Organização da Sociedade Civil já existente, ou o grupo pode criar sua própria Associação para responsabilizar-se pelo desenvolvimento do projeto;
  2. Definição de processos de tomada de decisão: parte da forma de organização do trabalho contempla a descrição dos processos de tomada de decisão. No caso de um museu isso pode ser muito complicado, tendo em vista o risco sempre iminente de sua estrutura ser aparelhada por grupos hegemônicos. Essa proposta de Cibermuseu se justifica pela necessidade de criar um equipamento que possa amplificar as expressões de resistência a essa hegemonia, de modo que nos parece ser fundamental criar mecanismos para evitar esse tipo de apropriação.

    Nesse caso sugerimos a princípio que o Cibermuseu adote uma forma de organização do trabalho e de tomada de decisões inspirada em comunidades que desenvolvem tecnologias livres;
  3. Transparência: criação de mecanismos para garantir a transparência pública das ações realizadas pelo Cibermuseu – talvez algum tipo de compromisso social que pode estar previsto no plano museológico;

    A partir do momento em que esta situação de representação jurídica estiver definida, bem como as outras questões sobre tomada de decisão e transparência, será possível enfrentar questões mais pragmáticas do ponto de vista de funcionamento:
  4. divisão em setores: tais como documentação, conservação e comunicação, e dentro de comunicação criar um subsetores, como o de educação;
  5. comunicação interna: definição de mecanismos para que os setores saibam o que os outros estão fazendo e as pessoas engajadas possam ter uma visão de todo o trabalho que está sendo desenvolvido no momento. Isso permitirá que os setores possam colaborar mutuamente.

Essas duas questões observam a necessidade de descrever a estrutura do museu em termos de organograma de funcionamento e mecanismo de comunicação interna. Essas definições ajudam a reduzir ruídos e proporcionar que as equipes de trabalho empenhem seus esforços no mesmo sentido, para alcançar objetivos definidos.

Financiamento

Siga para o texto sobre financiamento, em que consideramos algumas possibilidades para garantir a sustentabilidade do Cibermuseu.